“A sua casa,uma nova vida”

Sediada em Lisboa, a Herdeiro Final nasceu com o objetivo de rentabilizar o direito de herança de cada pessoa através de um contrato dividido entre aquisição da nua propriedade e a reserva de usufruto. Nesta entrevista, o CEO Pedro Barbosa explica como funciona este modelo de negócio em que pode obter um valor significativo pela casa e continuar a viver nela.

Fale-nos sobre o seu percurso até à criação do projeto Herdeiro Final – Investimentos Imobiliários.
Sou engenheiro de formação com um percurso, essencialmente, nas tecnologias de informação. A minha atividade como investidor no imobiliário iniciou-se há cinco anos e o modelo da Herdeiro Final concretizou-se no final de 2021. A ideia parte de uma premissa muito simples: no final de vida, todo o nosso património, quer queiramos quer não, é transmitido a terceiros gratuitamente. O que oferecemos, para seniores com mais de 70 anos que não têm herdeiros ou não valorizam entregar a casa em herança a alguém, é a possibilidade de capitalizarem parte do valor económico do imóvel em dinheiro e em vida, sem perder o essencial: continuar a viver na sua casa para sempre com um centro seguro. Podem utilizar este dinheiro para melhorar a sua qualidade de vida, pagar despesas inesperadas ou realizar aquela viagem que ficou na gaveta a vida inteira.

Quais eram os grandes objetivos quando idealizou este modelo de negócio?
No projeto piloto, nos seis primeiros meses, tínhamos dois grandes objetivos: saber se existia procura/interesse no mercado por este tipo de oferta pelo lado dos vendedores, o que verificamos que existe; o outro era saber se conseguimos fazer negócios e adquirir imóveis com taxas de rentabilidade dos capitais investidos de acordo com as nossas expectativas. Essas duas premissas estão demonstradas. Neste momento estamos focados em chegar aos investidores que queiram correr o risco deste tipo de negócio, mas também ganhar os retornos correspondentes. Formalmente, o negócio traduz-se na aquisição da nua propriedade com reserva de usufruto, através de uma escritura. É um modelo previsto na lei e que protege tanto o vendedor como o investidor.

Como avaliam o perfil dos vossos investidores?
Temos pequenos investidores com poupanças entres os 50 e os 100 mil euros e investidores com um capital económico mais elevado. O pequeno investidor deve ter as poupanças disponíveis que não lhe façam falta nos próximos anos, porque estamos a falar de um negócio em que investimos na aquisição de uma propriedade. No caso dos investidores de maior dimensão podem comprar mais do que uma propriedade de maneira a que possam diluir o risco associado à esperança de vida de cada pessoa. Também temos situações em que dois ou três pequenos investidores se juntam para adquirir um imóvel, partilhando o risco.
Procuramos imóveis nos grandes centros urbanos, imóveis em posições privilegiadas e que sabemos que estão protegidos no valor na próxima década. Têm aparecido vendedores com casas de 100 mil euros até dois milhões de euros.

Por que é que as pessoas vos procuram?
Do lado dos vendedores, um tema recorrente são as dificuldades económicas; seniores com imóveis valiosos mas com rendimentos reduzidos. Do lado dos investidores, a possibilidade de adquirir um imóvel tipicamente entre 25% e 50% do valor comercial. É um excelente investimento de médio prazo com boa proteção contra a inflação e os tempos conturbados que se aproximam. Para além disso, a nua propriedade pode ser revendida a outro investidor, pelo que há sempre a possibilidade de liquidar o investimento.

Como analisa a evolução do mercado juntamente com esta ideia de negócio?
O nosso objetivo, depois de ter provado que há procura e que é possível fazer negócio, é dinamizar a relação entre vendedores e investidores, de modo a aumentarmos o número de transações por mês