KRKA Farmacêutica – Parceiro da medicina social

Em entrevista ao Diretor-geral da KRKA Farmacêutica, Vasco Vasconcelos Esteves, ficámos a conhecer a missão, o futuro e o impacto social que o primeiro genérico para o tratamento da doença de Parkinson causou: “Com o lançamento do primeiro genérico de Pramipexol LP, a KRKA teve um contributo decisivo nesse sentido, permitindo que mais doentes tivessem um acesso facilitado ao tratamento da doença de Parkinson”, afirmou.

Para que possamos contextualizar os nossos leitores, apresente, sumariamente, o universo KRKA.
De um pequeno laboratório farmacêutico estabelecido em 1954 na ex-Jugoslávia, hoje Eslovénia, a KRKA tornou-se um grupo empresarial farmacêutico internacional que, além da casa-mãe na Eslovénia, é composta por subsidiárias e filiais em mais de 40 países com mais de 12.700 colaboradores em várias partes do mundo. Sempre investimos em investigação e desenvolvimento, construímos unidades de produção na Eslovénia e em outros países do mundo, estabelecemos uma produção verticalmente integrada e, ao mesmo tempo, expandimos constantemente a nossa rede de marketing e vendas.
Hoje, estamos presentes em mais de 70 países, alguns destes e mais recentemente, onde conseguimos entrar com sucesso e a reforçar a nossa posição através de investimentos. Estamos presentes na Eslovénia e nos mercados de medicamentos genéricos da Europa Ocidental, Oriental, Central e do Sudeste da Europa e, cada vez mais, também nos mercados externos – especialmente no Médio e Extremo Oriente, África e América Central. Mais de 50 milhões de pessoas são tratadas todos os dias com medicamentos da KRKA.
Os principais produtos da KRKA são medicamentos sujeitos a receita médica, indicados para o tratamento das doenças mais comuns dos tempos modernos. Estes representam mais de 80% das vendas totais. Os mais relevantes são medicamentos para o tratamento de doenças cardiovasculares, doenças do sistema nervoso central, doenças do trato gastrointestinal e do metabolismo e ainda medicamentos para o alívio da dor. Somos um dos principais fabricantes de medicamentos para o tratamento da hipertensão, colesterol e tratamento de úlceras e refluxo. Estamos também posicionados em novas áreas terapêuticas, como o tratamento de diabetes, oncologia e doenças autoimunes.

Como surge a KRKA Farmacêutica, qual o propósito da sua criação e como chega a empresa a Portugal?
Em janeiro de 2007, no âmbito do projeto de expansão e divulgação da marca KRKA na Europa, decidimos vir para Portugal dando início às atividades regulamentares e preparação do lançamento de medicamentos genéricos com a marca KRKA. No entanto, apenas no último trimestre desse ano foi iniciada a comercialização e, desde essa altura até hoje, temos feito uma aposta contínua no desenvolvimento do nosso portefólio de medicamentos genéricos, combinações fixas, medicamentos não sujeitos a receita médica (OTC) e de saúde animal. Relativamente à estratégia adotada para Portugal, esta sempre privilegiou um crescimento sustentado, com o recurso à colocação no mercado de novos produtos, respeitando sempre os direitos de propriedade industrial vigentes. O sucesso da KRKA em Portugal deve-se a um portefólio medicamentos verticalmente integrados, isto é, somos responsáveis, temos competências e controlamos todos os níveis de processo na cadeia de fabrico dos nossos medicamentos desde a matéria-prima ao produto final. Esta realidade permite-nos disponibilizar medicamentos com qualidade garantida e a preços mais acessíveis.

A KRKA marcou a diferença quando lançou um medicamento genérico para o controlo da doença de Parkinson. Qual foi o impacto do Pramipexol LP no mercado nacional?
O lançamento, do primeiro genérico de Pramipexol LP (libertação prolongada) no mercado português, a principal substância ativa utilizada no tratamento e controlo da doença de Parkinson, é um exemplo da importância que os genéricos têm no acesso da população a medicamentos. Antes do aparecimento do Pramipexol LP da KRKA a única solução para muitos doentes com doença de Parkinson era adquirir o medicamento noutros mercados, nomeadamente, Espanha, devido à indisponibilidade desta substância no mercado nacional. Esta situação, entre outras, veio demonstrar como a KRKA se assume como um parceiro da medicina social. Desta forma, o nosso principal objetivo passa por disponibilizar em Portugal os medicamentos mais utilizados no tratamento de doenças nomeadamente as neurológicas, como a doença de Parkinson. Com o lançamento do primeiro genérico de Pramipexol LP, a KRKA teve um contributo decisivo nesse sentido, permitindo que mais doentes tivessem um acesso facilitado ao tratamento da doença de Parkinson.

O lançamento desse medicamento ajudou, de alguma forma, a posicionar a KRKA nos lugares cimeiros de investigação e desenvolvimento de novos medicamentos genéricos? Planeiam lançar, a médio prazo, mais genéricos dentro das vossas áreas de foco: doenças crónicas nas áreas Cardiovascular, Neurológica e Psiquiátrica?
A aposta da KRKA sempre foi a de desenvolver e produzir medicamentos genéricos nas áreas de maior relevância e impacto para as pessoas. Áreas como Sistema Nervoso Central e Cardiovascular são, sem dúvida, duas das áreas com maior impacto na saúde da população uma vez que se tratam, na sua maioria, de situações crónicas que acabam por afetar negativamente a rotina diária dos doentes ao longo da sua vida. Ao apostarmos e disponibilizarmos diversas alternativas nestas áreas terapêuticas, estamos a contribuir para que as pessoas possam ter maior acesso a medicamentos de qualidade e viver com saúde. Para além dos medicamentos genéricos, mais recentemente a KRKA tem vindo a desenvolver novos produtos (abordagem terapêutica) na área cardiovascular, através do lançamento de combinações fixas que permitem uma maior adesão à terapêutica e consequentemente um controlo mais eficaz das doenças cardiovasculares. É, no entanto, de salientar que o nosso portefólio inclui também soluções em outras áreas terapêuticas como a gastrointestinal ou tratamentos de situações agudas, como é o caso dos antibióticos e anti-inflamatórios.

Baseado na sua experiência, considera que os portugueses confiam nos medicamentos genéricos, especialmente nos da KRKA?
Sim, de uma forma geral, considero que existe uma maior confiança face à utilização dos medicamentos genéricos, resultado das campanhas promovidas pelas instituições e autoridades competentes, para além do acesso facilitado à informação através das novas tecnologias. A evidência da utilização dos genéricos na prática clínica também contribui para o aumento dessa confiança. A KRKA ao apresentar-se entre as 5 principais companhias de genéricos no mercado português, com um vasto portefólio abrangendo diversas áreas terapêuticas, contribui desta forma para o aumento da confiança da população na utilização de medicamentos genéricos.

Por onde passa o futuro da KRKA Farmacêutica?
No que diz respeito à KRKA e à sua operação em Portugal, quando comparada com outras empresas presentes no mesmo mercado, há que salientar que muito poucas empresas têm uma ação direta no desenvolvimento farmacêutico, produção e comercialização de medicamentos genéricos. Conseguimos controlar todo o ciclo de vida do medicamento com base no modelo de integração vertical que nos permite oferecer produtos de valor acrescentado, estando na maioria das vezes entre os primeiros genéricos a entrar mercado. A nível Europeu, estamos entre as companhias líderes na produção de medicamentos genéricos e, sendo fabricantes dos medicamentos do nosso portefólio, asseguramos um controlo de qualidade extremamente rigoroso a nível interno. Hoje contamos com mais de 105 medicamentos disponíveis no portefólio KRKA em Portugal, entre eles medicamentos genéricos, combinações fixas, OTCs (medicamentos não sujeitos a receita médica), medicamentos hospitalares e de saúde animal. Posto isto, penso que estão reunidos todos os motivos que nos levam a acreditar num futuro promissor para a KRKA em Portugal, contribuindo assim cada vez mais, para que os portugueses possam viver com saúde.