Mobilidade, Sustentabilidade, Futuro

2016 ficou marcado pelo início de atividade da Avenidas que atualmente conta com diversos serviços, entre eles: transfers, entregas e tours a pensar no bem-estar e na praticidade do dia a dia dos clientes. Manuel Reis, CEO do Grupo Avenidas, conversou com a Revista Qualidade & Inovação sobre o trajeto da empresa ao longo dos anos, pautado pelo sólido crescimento.

O percurso da Avenidas tem por base um crescimento contínuo. Fale-nos sobre a história da empresa.
A Avenidas iniciou o seu percurso em 2016. Na altura eu e o outro sócio-fundador colocamos uma viatura a trabalhar em parceria com a Uber. A partir daí e com cash flow próprio fomos aumentando a nossa frota. Percebemos, desde cedo, que tínhamos de ganhar alguma independência da plataforma Uber, que era a única a operar na altura.
Fomos à procura de novas áreas de negócio. Primeiro apostamos no transporte escolar privado para complementar a faturação que as viaturas obtinham da plataforma e porque tínhamos, através de contactos, acesso a potenciais clientes. Numa segunda fase, entre 2018 e 2019, fizemos uma aposta muito grande no turismo, numa época em que Portugal estava a ganhar reconhecimento adicional como destino turístico. Em 2019 tivemos um boom com o crescimento da frota para 20 viaturas. Para além do serviço que tínhamos de transfers do aeroporto, começamos a vender experiências (visitas guiadas, nomeadamente visita a Sintra que atrai muitos estrangeiros para Portugal) através de plataformas como a Tripadvisor.
Outra vertente que a empresa decidiu apostar foi selecionar os nossos motoristas da Uber com  mais cultura geral e conhecimentos linguísticos para fazerem este tipo de experiências que traziam muito mais valor acrescentado à empresa.
Foi desta forma que ganhamos um grande reconhecimento e fomos premiados por agências internacionais de turismo.

Quais são as vantagens dos clientes trabalharem convosco? Que mais-valias oferecem?
O nosso lema “Here for you” mostra a mais-valia que oferecemos aos clientes, uma vez que prende-se com o facto de estarmos disponíveis para o cliente e termos um meio de comunicação muito aberto em tempo real com os nossos clientes, o que nos permitiu receber a pandemia de uma forma dinâmica e flexível em relação aos concorrentes.
Exemplo disso é que como fazíamos algumas entregas, foi fácil olharmos para o mercado de distribuição de refeições e acabamos por melhorá-lo com a aposta de carrinhas comerciais. No início fazíamos tudo com as viaturas que já tínhamos mas depois começamos a procurar clientes restaurantes e clientes que querem distribuir, por exemplo, cabazes biológicos.
Hoje em dia, temos três áreas de negócio distintas: uma direcionada para passageiros e turismo; outra para distribuição e motociclos, sobretudo refeições; e a terceira área ligada a carrinhas comerciais onde fazemos diversas rotas.

Desenvolvem soluções específicas para as empresas?
Sim, temos soluções para as empresas e vamos candidatar-nos ao Portugal 2030 com um projeto de eletrificação da frota. Isto porque alguns dos nossos grandes clientes das mais diversas áreas são empresas globais que se preocupam muito com estas métricas e pretendem um serviço de transporte de passageiros e turistas realizado de forma ecológica. Neste sentido, e no último ano, temos feito uma forte aposta na frota elétrica, mas sabemos e queremos olhar para outras questões relacionadas com a sustentabilidade. Estamos em mercados em que isso é um dos principais temas e queremos ser um player que corresponda às necessidades dos clientes.

Têm novos lançamentos previstos para continuar a desenvolver o grupo Avenidas?
Estamos a lançar uma nova marca de turismo que faz parte do projeto de investimento. Por um lado a grande aposta no marketing e no rebranding e por outro lado uma forte aposta na digitalização e criação de um software para toda a gestão do nosso backoffice e para uma ligação mais digital com os nossos parceiros. Por exemplo, temos um grande cliente que é a Stuart, um spin-off da DPD que faz entregas de última milha. Tem um software, ligam-se aos restaurantes e recebem as encomendas. Nós também estamos a desenvolver um software para trabalhar  essas métricas de qualidade e eficiência, não só na ligação com os parceiros mas para nós internamente.
Também vamos lançar uma nova marca que tem como objetivo vendermos experiências personalizadas para cada turista. Queremos oferecer algo mais customizado e desenvolver um website em que o cliente possa criar o próprio itinerário e incluir os destinos para onde quer ir, fazendo um plano mais interativo e à medida de cada cliente. Parte desse projeto passará pelo marketing digital com anúncios na Google.  

Quais são as expectativas para 2023?
Os nossos anos têm sido de crescimento e a expectativa para o próximo ano é duplicar a faturação para que em 2024 consigamos chegar a um volume de faturação de dez milhões de euros. Porém, sabemos que o nosso crescimento passa, cada vez mais, por focarmo-nos em negócios de escala de forma mais eficiente e prestar o melhor serviço ao cliente.