“Produzir com paixão e orgulho o arroz mais famoso de Portugal”

De qualidade, premium e com um rigoroso controlo. É assim o arroz 100% português produzido pela Orivárzea que chega diariamente à mesa dos consumidores. Nesta edição contamos com a presença de Filipe Ventura, Diretor Comercial e de Marketing da Orivárzea, que revela as características deste produto único e ainda faz o balanço de 2022.

Que características apresenta o local onde é produzido todo o arroz Orivárzea?
Sob o nome de Lezíria Ribatejana estendem-se as várzeas dos rios Tejo, Sorraia e Almansor, quando atravessam os Concelhos de Benavente, Salvaterra de Magos, Vila Franca de Xira, Azambuja e Coruche. Terras de aluvião, férteis desde a aurora do mundo, são por isso mesmo solos férteis e enriquecidos naturalmente ao longo dos milénios, alagadas periodicamente pelos rios que transbordam do seu leito. São planícies extensas e verdes, de horizontes amplos e campos a perder de vista, atravessados pelos touros bravos e pelos cavalos lusitanos e sorraias. Com os campos sem fim e a água sempre presente, esta é uma terra de agricultores e pescadores, de campinos e barqueiros, de gente única e original que aprendeu a tirar da terra e da água o seu sustento e a sua riqueza.

Quais são as principais qualidades que distinguem as vossas marcas das restantes do mercado?
O arroz Bom Sucesso está disponível nos tipos Carolino com variedade Aríete, Agulha com variedade Sprint, Integral com variedade Aríete, Aromático com variedade Electtra, Sushi com variedade Sfera, Risotto variedade Ulisse, todos com uma única variedade por tipo de arroz, para uma cozedura uniforme de todos os grãos. A qualidade Bom Sucesso, reconhecida hoje como a principal referência do mercado, é resultado de um rigoroso controlo em todas as fases do processo de produção, o qual termina na seleção grão a grão e no embalamento em atmosfera controlada. É sem dúvida um arroz premium e a matriz das marcas Orivárzea, distinguido consecutivamente com os prémios mais importantes do mercado, como o Sabor do Ano e Escolha do Consumidor.

De que forma continuam a promover as tradições e sabores que fazem deste cereal um ingrediente único?
A ocupação humana do Ribatejo foi sempre muito intensa e perdeu-se na memória dos tempos. São inúmeras as estações arqueológicas na região com vestígios de ocupação pré-histórica, e as civilizações romana e muçulmana deixaram a sua influência bem marcada na região. Terra de trigo e de melão, de gado bravo e de cavalos, a lezíria ribatejana esteve sempre ligada à capital do reino pela grande estrada líquida do Tejo. Com a implantação definitiva do arroz, no final do séc. XIX, a fisionomia da terra alterou-se. Grandes espelhos líquidos ocuparam com a sua geometria verde a planura do chão e, com a sua exigência constante, as mãos dos homens e das mulheres ribatejanas que se tornaram gradualmente os mais profundos especialistas na arte do cultivo do arroz. Hoje, o moderno orizicultor ribatejano, continua a produzir com paixão e orgulho o arroz mais famoso de Portugal.

Que balanço fazem deste ano e o que esperam alcançar em 2023?
A nível comercial, foi um ano positivo, pois foi possível retornar aos níveis de quantidades vendidas antes da pandemia, que havíamos perdido durante esse período. Além da qualidade do produto, como o arroz apenas sofre uma correção de preço uma vez por ano (no fim de cada ano civil, depois da ceifa), esteve todo o 2022 a um preço estável (a matéria prima era do fim de 2021), e assim beneficiou comercialmente dos aumentos constantes de outros bens de primeira necessidade concorrentes. Já a nível produtivo foi um mau ano, a ceifa que agora terminou (semeada em Maio), foi semeada e produzida a custos recordes, e devido ao clima foi de baixa produção no campo, levando a um aumento muito grande do arroz agora ceifado.
Previsivelmente 2023 não será um ano fácil, pelos elevados aumentos desta colheita (a usar em 2023), pela instabilidade do mercado, e pelas dificuldades financeiras de todos nós como consumidores, e consequentemente de todas as empresas.
A nossa esperança é estabilizar no ponto onde estamos a nível de volume de arroz comercializado, sem expectativas de crescimento.