Sanofi – Prevenir através da imunização

Enquanto líder mundial na indústria farmacêutica, a Sanofi continua empenhada no desenvolvimento de vacinas que previnam doenças infeciosas. Helena Freitas, Diretora-Geral da Sanofi Pasteur Portugal, conversou connosco sobre os valores e a missão de uma empresa que se destaca na área da saúde, aliando a inovação com a redução da pegada ecológica. 

Como surge a oportunidade de abraçar o universo Sanofi Pasteur?

O desafio de abraçar o universo Sanofi Pasteur surge em plena pandemia Covid-19. No momento em que todos estávamos em confinamento deparei-me com esta fantástica oportunidade de abraçar um novo desafio profissional. 

Até julho de 2020 fui responsável pela área de Acesso ao Mercado e Relações Institucionais da Sanofi em Portugal, onde já trabalhava de forma direta com as vacinas. Ao assumir a liderança do negócio da Sanofi Pasteur assumi sobretudo a missão de garantir a disponibilidade atempada às vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV) para todos os bebés que delas necessitam, assim como das vacinas de reforço para adultos, como por exemplo a vacina contra o tétano ou a vacina contra a gripe, fundamental para os grupos de risco identificados pela Direção-Geral da Saúde (DGS). Tem sido um enorme privilégio trabalhar como agente de saúde pública, em parceria constante com as autoridades e os profissionais de saúde. Confio e trabalho todos os dias para que possamos viver num mundo onde ninguém morrerá de uma doença que seja prevenível por uma vacina. 

Que trabalho têm vindo a desenvolver no que diz respeito à Covid-19?

Desde o início da pandemia que a Sanofi mantém o seu compromisso com a investigação de uma vacina para a Covid-19, com esforços que têm por base os doentes, sistemas de saúde e profissionais de saúde. E, com um legado reconhecido na investigação e produção de vacinas, trabalhámos desde logo em cooperação com companhias que se juntaram a nós para, num esforço conjunto, aliarmos as melhores tecnologias de cada uma e desenvolvermos vacinas candidatas inovadoras para travar este vírus.

Nesta fase, a Sanofi tem uma vacina candidata na luta contra a Covid-19, de tecnologia de DNA recombinante, a ser desenvolvida em parceria com a GSK. Arrancámos em maio com o recrutamento para o ensaio clínico de Fase 3 com o objetivo de avaliar a sua segurança, eficácia e imunogenicidade.

A Sanofi também tem o compromisso de apoiar o fabrico de outros produtores de vacinas. Anunciámos que iríamos fabricar até 200 milhões de doses da vacina da COVID-19 da Moderna para os EUA, a partir de setembro de 2021. No início deste ano, tivemos o anúncio de apoio à BioNTech na produção de 125 milhões de doses para a União Europeia. E, em fevereiro, informamos o nosso apoio à Johnson & Johnson na produção da sua vacina da COVID-19 a um ritmo de aproximadamente 12 milhões de doses por mês.  Além disso, somos a única empresa a alavancar a sua capacidade de produção e experiência para três outras vacinas contra a COVID-19 diferentes, no sentido de dar resposta ao abastecimento global de vacinas e ajudar no combate à pandemia.  

Apesar de haver muita informação sobre a importância da vacinação, porque é que continua a ser um desafio de saúde pública constante?

A vacinação é o principal meio para a prevenção primária de doenças e uma das medidas de saúde pública mais custo-efetivas, uma das ferramentas com maior eficácia na prevenção de doenças infeciosas graves, para as quais não existem soluções terapêuticas alternativas. E, apesar da vacinação continuar a ser um desafio de saúde pública a nível mundial, a realidade é que Portugal, ao contrário de alguns países europeus, é um dos que mais confia na vacinação enquanto método preventivo de doenças infeciosas, considerando-as seguras, efetivas e importantes, segundo as conclusões do “State of vaccine confidence in the EU 2018” da Comissão Europeia. 

A nível nacional, o Serviço Nacional de Saúde e a indústria farmacêutica têm feito um trabalho de educação contínuo e extraordinário para atingirmos as metas desejadas. A fórmula ideal é contrariar a ideia de que o benefício da imunização não compensa o potencial risco da toma da vacina, como vemos em muitos países onde existe hesitação em vacinar. Afinal, desde o surgimento da vacinação, a esperança média de vida aumentou entre 15 a 25 anos. Doenças como a varíola foram erradicadas e na poliomielite verificou-se uma redução de 99% dos casos.

Além disso, um exemplo claro do impacto da vacinação é refletido no mais recente relatório de Monitorização das linhas vermelhas para a COVID-19, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), referindo que o risco de morte, medido através da letalidade por estado vacinal, diminuiu três a sete vezes após vacinação completa quando comparado com pessoas não vacinadas, para o mês de julho de 2021.

De que forma as vacinas, nas mais diversas áreas de saúde, podem prevenir doenças?

Prevenir através da imunização, é esta a mensagem que gostaria de passar como Sanofi Pasteur. Para tal, trabalhamos há mais de um século para que nenhuma pessoa sofra ou morra devido a uma doença que pode ser prevenida pela vacinação. E, com cinco das 11 vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação (PNV), fornecemos quase metade das vacinas do PNV. Este trabalho permite-nos cobrir mais de dez doenças que afetam bebés, crianças, adultos e idosos, com vacinas contra influenza, tosse convulsa, meningite, hepatite A e B, Poliomielite, tétano, doenças endémicas e dos viajantes. 

Com o arranque da época gripal de 2021/2022 a Sanofi gostaria de reforçar o papel da vacinação contra a gripe, principalmente num ano em que o nosso sistema imunitário poderá estar mais fragilizado devido à quase nula circulação do vírus na época anterior. E, mais do que nunca, é fundamental o contributo da sociedade civil, sociedades médicas e associações de doentes para a sensibilização em aumentar a cobertura vacinal de doenças como a gripe, em especial nas pessoas com mais de 65 anos de idade, com comorbilidades e que, consequentemente, podem estar em maior risco de saúde numa situação de infeção por gripe. Além disso, falamos ainda das crianças que, para além de serem impactadas com a doença, são também o grande foco de contágio de gripe, podendo transmitir facilmente o vírus aos que as rodeiam. 

Para além da Covid-19, há inovação?

A Sanofi Pasteur acredita que ainda é possível chegar mais longe e, por isso, tem 12 vacinas em pipeline, nas diversas fases de investigação, para responder a necessidades médicas não satisfeitas e às necessidades específicas de segmentos diversos da população. E, dentro deste leque de vacinas, podemos incluir a área da gripe, Vírus Sincicial Respiratório (VSR), e a vacina contra o meningococo dos serogrupos A, C, W, Y. 

É importante referir que temos trabalhado em força para encontrar mecanismos de prevenção para os vírus respiratórios que contribuem para o declínio imunitário na população portuguesa. Afinal, reconhecemos o impacto da situação de pandemia de COVID-19 e acreditamos que esta crise é uma ocasião para reafirmar o valor da vacinação em geral e da vacinação contra os vírus respiratórios.  

Além das vacinas que estamos a desenvolver, na Sanofi temos aumentado a capacidade de produção de vacinas para podermos entregar rapidamente grandes quantidades e responder à necessidade global, nomeadamente através do investimento de 610 milhões de euros que foi feito para criar um novo local de produção e um centro de investigação em França, ambos dedicados a vacinas.

Diminuir o impacto ambiental é um dever de todos nós. Enquanto empresa, que medidas têm promovido para minimizar a pegada ecológica?

A Sanofi está empenhada na construção e implementação de medidas para minimizar a pegada ecológica e, alinhado com o terceiro pilar de desenvolvimento corporativo sustentável e com o Objetivo de Desenvolvimento 13 – Ação Climática. Trabalhamos com programas para reduzir o impacto ambiental da sua atividade, cujas prioridades centrais são produtos sem plástico e energias renováveis. 

Ao longo dos últimos tempos, a Sanofi tem implementado um programa global de proteção ambiental, o Planet Mobilization. E, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 55% até 2030 e contribuir para uma melhor conservação de recursos, a Sanofi planeia remover todas as embalagens de plástico preformadas (blisters) das suas vacinas até 2027. A empresa também tem um compromisso ao nível do eco design de todos os seus novos produtos até 2025. Em termos de gestão de energia, todas as unidades da Sanofi utilizarão 100% de eletricidade renovável e a empresa estabeleceu uma meta de uma frota automóvel neutra em carbono, ambos até 2030.

A realidade é que todo o trabalho que temos desenvolvido permitiu que a Sanofi Portugal esteja certificada em Gestão do Ambiente detendo ainda a certificação ISO 14001 para o Meio Ambiente. 

A Sanofi Pasteur vai criar um Centro de Excelência dedicado às vacinas de mRNA. O que esperam alcançar com a criação deste Centro?

A Sanofi criou um Centro de Excelência dedicado às vacinas de mRNA com a missão de intensificar o desenvolvimento e a disponibilização de uma nova geração de vacinas. E, com um investimento de 400 milhões de euros por ano, contamos com cerca de 400 colaboradores especializados que integram todas as capacidades necessárias para o desenvolvimento e produção de vacinas de mRNA com equipas dedicadas às áreas de I&D, digital e QFC (química, fabrico e controlo).

Este investimento tem por base o potencial que as tecnologias de mRNA têm demonstrado, principalmente durante a pandemia da COVID-19, para produzir vacinas a velocidades sem precedentes. Além disso, permitirá acelerar o portefólio de vacinas de mRNA, desenvolvido através da colaboração com a Translate Bio, estabelecida em 2018 e alargada em 2020.  Uma decisão que adiciona um  pilar  que visa desbloquear o potencial das vacinas de mRNA de próxima geração e outras áreas estratégicas, como imunologia, oncologia e doenças raras.