USTAY – Sustentável, Inteligente e Social

“U STAY” é um novo projeto que combina a tecnologia de ponta na área da gestão inteligente de edifícios com as mais avançadas práticas da construção sustentável, resultado de uma parceria entre as empresas LRPE e B11. Estivemos a conversar com os responsáveis do projeto, Luís Reis e José Bouça, para ficar a saber um pouco mais sobre os desafios envolvidos neste projeto que promete revolucionar o mercado da habitação.

Como nasceu o projeto “U STAY” e qual o conceito associado?

José Bouça: O Luís tem uma longa história na construção e gestão, durante a qual tem procurado integrar novas formas e métodos de construção com a mais avançada tecnologia de construção civil disponível no mercado. Já a minha área é a tecnologia de sistemas de informação e automação. 

Em conversa descobrimos que tínhamos uma visão muito alinhada sobre a forma de endereçar o desafio da sustentabilidade, e que o “casamento” das nossas competências poderia permitir fazer algo muito interessante na área da eficiência e sustentabilidade no processo de construção e vivência de um espaço habitacional.

Assim, acabamos por convergir para aquilo a que chamamos de “Vilas Sustentáveis Inteligentes”. São urbanizações autocontidas, com um foco social assente nos três S’s: Sustentável, Smart e Social. Em particular, queremos desenvolver o conceito da Sustentabilidade na construção, dos materiais à utilização de energia, e operação pelo uso de tecnologias inteligentes na poupança de recursos por parte dos residentes. Mas também procuramos dar resposta a um conjunto de questões sociais e urbanísticas pela ativação de espaços que precisam de apoio social. Exemplo disso é a dicotomia entre o desenvolvimento imobiliário selvagem nos grandes centros e as aldeias e as vilas votadas ao esquecimento. Existe muito capital intelectual e muita vontade de ter uma forma diferente de viver dentro de espaços e comunidades, que estão subaproveitados pela falta de um projeto e visão agregadores. Nós queremos ser esse projeto e essa visão.

O objetivo final será, mais do que construir uma vila, proporcionar uma experiência vivencial, gerida através de uma plataforma digital que possa servir tanto para turistas como para nómadas digitais e que possam integrar aquilo a que chamamos de Social Tech.

Como incorporam a componente tecnológica? 

José Bouça: O nosso foco foi permitir uma utilização de recursos ótima, como água e energia, por parte da Vila e dos seus habitantes, não só com um esforço mínimo por parte destes, mas através da criação de um modo de vida em que esta consideração ecológica está integrada em todos os aspetos da vivência do espaço.

Por exemplo, as zonas de dormitório serão controladas através de sensores e de componentes IoT que controlam de forma automática não só o uso de água e energia, mas também a interação com o espaço. Através da plataforma “U STAY app”, um residente poderá reservar um quarto numa Vila, obter a chave digital para abrir o quarto e, quando entrar neste, ter a temperatura ambiente, luz e outras preferências aplicadas no seu quarto. Estas funcionalidades estão a ser geridas de forma automática para proporcionarem uma experiência ao menor custo de recursos possível.

Luís Reis: Para além da experiência adquirida com projetos passados, estamos a desenvolver um projeto para apresentar aos investidores e a todos os entusiastas destes temas. Trata-se de um “laboratório vivo” com o objetivo de mostrar em contexto real as soluções tecnológicas desenvolvidas aliadas à vivência do utilizador e ao monitoramento da eficiência energética dos espaços interiores.

Quais são os projetos que estão pensados para o futuro?

Luís Reis: O nosso objetivo será criar Vilas “U STAY” em várias cidades do país, em particular naquelas em que o contexto social possa beneficiar mais da sua presença. Pretendemos que estas se tornem num modelo de vivência que, pelo exemplo, demonstre às comunidades locais que é possível fazer, face aos desafios locais, como a mobilidade dos estudantes pela falta de dormitórios, enquanto se endereça os desafios globais da sustentabilidade.

Ambicionamos que o nosso projeto, para além dos problemas que resolve, venha a servir de inspiração à construção civil para a implementação das aprendizagens que fizemos e vamos continuar a fazer na construção das Smart Cities do futuro. Mais saudáveis, felizes e sustentáveis.